27 dezembro 2007
Como é bom render graças ao Senhor!
Gosto muito do salmo 92. Acho que é porque ele nos convida a louvarmos a Deus com instrumentos de dez cordas e, pelo que consta, a viola caipira tem dez cordas. Já entendeu o porquê da preferência, não é? Mas não é só por isso não. O salmo todo é um convite ao louvor e a adoração.
Os primeiros versos se revestem de um significado especial, pois neles vemos o salmista iniciando e encerrando o seu dia com seu coração e mente voltados para Deus: “Como é bom render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome , ó Altíssimo, anunciar de manhã o teu amor leal e de noite a tua fidelidade...” (1,2). No nascer do sol declara a lealdade do Senhor, sabendo que Ele não o abandonará. À noite, quando o sol já se foi, olha para trás, lembra-se do correr do dia e não lhe resta outra atitude a não ser cantar louvores pela fidelidade presente do Senhor.
A grande questão é que na correria da vida atual, entra dia e sai dia e nós simplesmente estamos tão tomados por preocupações e uma agenda tão assoberbada que não dedicamos um tempo especial para louvarmos a Deus, com fé, pela sua lealdade e sua fidelidade. Na verdade, estamos tão cheios de atividades e de nós mesmos, que sequer percebemos se o sol já veio ou se foi, se o dia está claro ou se já anoiteceu. Acho mesmo que essa é uma das características de quem não tem tempo para Deus – não tem tempo para a criação de Deus e nem para as criaturas de Deus. Não tem tempo para observar o pôr-do-sol maravilhoso do cerrado, nem para levantar mais cedo e namorar o nascer do dia, ao som do canto das aves e da cruviana que sopra refrescando as primeiras horas do dia.
Estamos chegando ao final de mais um ano; 2008 já está às portas. Irromperemos mais uma etapa de nossa vida, com novos e velhos desafios, novas e velhas rotinas. Mais um rito de passagem está às portas, iluminando os céus das cidades com fogos coloridos e sons ensurdecedores; com comidas e bebidas não convencionais no dia-a-dia. Mas, precisamos de algo a mais nesse momento. Precisamos aprender com o salmo 92 o exercício do louvor e da gratidão. Render graças ao Senhor nesse fim-de-ano pela sua fidelidade amorosa em 2007, e entrarmos o ano novo com cânticos de louvores pela sua lealdade que não nos abandonará. Ele é fiel e é leal. Jamais falhará, mesmo que venhamos feri-lo com nossa infidelidade e nossa deslealdade. E, infelizmente, isso é bem possível aconteça.
Nesse final de ano volte-se para Deus. Abra seu coração e converta-se ao Senhor. Não deixe que outras prioridades roubem de você o privilégio de se encontrar com o Seu Pai a cada manhã e a cada noite, dedicando a Ele todo seu louvor, toda sua adoração.
17 setembro 2007
Uma manifestação pacífica pelos nossos pecados e de todo o povo.
O nosso país está indignado com as atitudes que vem sendo tomadas pelo meio político institucional brasileiro nos últimos anos, demonstrando uma falta de compromisso com a ética, e que veio culminar com um processo de cassação confuso e de conclusão questionável envolvendo o Sr. Renan Calheiros e os demais senadores.
Nós, cristãos e evangélicos, somos pela paz e pela harmonia, mas também pela justiça e pela verdade. Não podemos concordar com tais procedimentos tomados por essa importante casa da democracia brasileira e que deve ser regida por autênticos representantes do povo.
Por isso, vimos através desta convocá-lo a participar de uma manifestação na próxima quarta-feira, dia 19 de setembro, das 12h às 14h, em frente ao Congresso Nacional.
Será uma manifestação silenciosa e pacífica: todos vestidos de luto com faixas e cartazes contendo versículos bíblicos apropriados para o momento. Não iremos cantar, nem dançar, nem sorrir, nem nos alegrar. Vamos nos vestir de “pano de saco e cinza” (no nosso caso com vestes pretas, sinal de luto) e nos humilharmos diante de Deus, defronte o Congresso Nacional, clamando silenciosamente por nosso país. Não teremos carros de som, nem folhetos para serem distribuídos (não queremos sujar o local, nem sermos anti-ecológicos), nem teremos apresentações de cantores gospel, cânticos comunitários, muito menos frases em coro ensaiadas. Não será um momento para discursos efusivos, nem pregações acaloradas e arrebatadoras. Não! Chegaremos calados, mudos, empunhando versículos da Palavra de Deus, oraremos individualmente ou em pequenos grupos, e ao final do período determinado, voltaremos para os nossos afazeres. Silenciosos e incomodados.
Convidamos vocês a participarem conosco desse momento de quebrantamento, onde prevalece a injustiça, reina a impunidade, evidencia o destemor a Deus e subrepuja o pecado, atitudes estas encontradas não só no Senado Federal, mas em todos os âmbitos de nossa nação.
Que o Senhor tenha misericórdia do nosso Brasil!
10 setembro 2007
Nossa Música Brasileira
* fotografias e montagem: Fê Lopes
Comecei a minha caminhada cristã no início de 1981. Passaram-se 26 janeiros desde então. Mas eu jamais imaginei que um dia pudéssemos nos reunir num evento cristão, evangelical, reformado com o título “Nossa Música Brasileira”. Confesso que eu não tinha esperanças de que isso pudesse acontecer. O acampamento “Som do Céu” já era para mim um céu musical que me bastava. Mas o NMB chegou e veio reunir um pessoal que definitivamente sonha e trabalha para ver a Igreja cantando músicas sem o ranço cultural do Atlântico Norte.
Antes do meu encontro com Jesus eu ouvia muita MPB, das mais variadas linhas: de Chico Buarque e Milton Nascimento a Altemar Dutra e Nelson Gonçalves, passando por Luiz Gonzaga, Demônios da Garoa, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco, Boca Livre, Djavan, Jackson do Pandeiro, Rolando Boldrim, os mineiros do Clube da Esquina entre vários e vários outros. Confesso (e não me vanglorio disso não...) que Beatles nem Elvis Presley nunca fizeram muito a minha cabeça, embora alguns amigos próximos curtissem muito. Não foi falta de oportunidade.
Aí, de repente, adentro as portas da Igreja, e a sonoridade da qual me afeiçoava muda completamente. Havia até algum esforço da parte de uma pequeníssima minoria de fazer um som mais brasileiro, mas aquilo me soava algo como um samba de japonês ou um baião de iugoslavo. Não batia redondo não. Faltava suingue. Faltava uma melodia que realmente carregasse as características daquele estilo musical; soava forçado e inadequado.
Não estou aqui jogando pedra em ninguém. Eu me incluo nessa deturpação, pois gradativamente fui deixando de ouvir as músicas que ouvia antes e também fui perdendo o jeitão, infelizmente. No fundo, eu me perguntava: será que um dia vamos conseguir produzir verdadeiramente música brasileira? Ou será que jamais conseguiremos abraçar a nossa cultura musical totalmente? Acho que estamos caminhando a passos largos para essa realidade. Glória a Deus!
O grande contentamento que me leva a escrever esse artigo, é que no final de semana passado eu vislumbrei a terra prometida. Não sei se estou para Moisés ou para Josué... não sei se pisarei os meus pés nessa terra ou se trabalho para que a próxima geração usufrua. Mas o simples fato de vê-la, já me enche o coração de alegria.
O NMB representou muito para mim. Estavam reunidos ali representantes de uma geração incomodada com a mesmice musical que tomou conta da igreja brasileira. O fato de ajuntar os músicos Silvestre Khulmann, Glauber Plaça, Stênio Marcius, João Alexandre, Roberto Diamanso, Gilson Resende e este que vos escreve, foi um fato inédito. Comum a todos era a labuta pelo resgate da sonoridade verde-amarela.
Eu já conhecia pessoalmente alguns deles. Os demais eu já tinha conversado por e-mail e telefone. Lembro-me do Stênio no ano da minha conversão, cantando no Acampamento Louvor, em Goiânia, com o pessoal dos Jovens da Verdade e Grupo Atos. Com eles aprendemos algumas músicas que anos mais tarde se tornariam parte do repertório do primeiro LP do Expresso Luz – “Seara” e “Sinta o amor”. Dois anos depois, em 1983, no Acampamento Jovens em Cristo, Parelheiros (SP), vi um garoto virtuose acompanhando Vencedores Por Cristo com seu violão. Era uma das primeiras apresentações do João Alexandre com o grupo. Ali mesmo iniciamos uma amizade que perdura até hoje. Vale a pena citar que essa equipe de VPC fez história. Ela foi a base daquele que viria a ser, anos mais tarde, o Ministério de Louvor e Adoração – MILAD, sob a batuta do Nelson Pinto Júnior.
Conheci o Gilson Resende nos anos 90, quando MPC e VINDE realizavam juntos os Congressos para Juventude em Guarapari (ES). Obreiro da missão Jovens da Verdade e inseparável companheiro do Jaziel Botelho naquelas alturas, eles sempre estavam juntos conosco nas ministrações para a rapaziada.
Silvestre, Glauber e Diamanso conheci mais recentemente. Fomos aproximados pela coluna “Novos Acordes”, na revista Ultimato. Tive o privilégio de apresentar os seus trabalhos aos leitores desse importante periódico.
São todos eles músicos de alto nível e representam o que de melhor a música cristã brasileira produz nos dias atuais, ao lado de tantos outros como Gerson Borges (SP), Céu na Boca (Brasília), Vandilson Morais (Campina Grande), Gladir Cabral (Criciúma), Baixo e Voz (Ribeirão Preto), Atilano Muradas (atualmente nos EUA), Priscila Barreto (SP), Shirley Espíndola (Jundiaí), Sal da Terra (Garanhuns), Crombie (Niterói), Tiago Vianna, Fabinho Silva (São Paulo) e mais umas centenas de tantos outros que não se dobraram diante do deus-mercado. Isso sem falar dos já consagrados pelo tempo de estrada como Nelson Bomilcar, Expresso Luz , Quarteto Vida, Jorge Camargo, Guilherme Kerr, Aristeu Pires etc.
O “Nossa Música Brasileira” aconteceu e de agora em diante se tornou uma necessidade. Deixou um gostinho de quero mais. As participações do Ariovaldo Ramos e do Gedeon vieram trazer o equilíbrio necessário entre a produção e mostra da arte e a reflexão bíblico-teológica e sociológica, fundamentais para uma leitura crítica de nós mesmos.
Fiquei sabendo que Raquel do JV já está se preparando para o próximo. Eu espero que o NMB se torne mais do que um evento. Desejo que se torne um movimento e que agregue muitas outras forças para juntos construirmos um panorama mais diversificado para as artes no Brasil. É um sonho... e estamos muito perto de realizá-lo, com a graça de Deus.
Comecei a minha caminhada cristã no início de 1981. Passaram-se 26 janeiros desde então. Mas eu jamais imaginei que um dia pudéssemos nos reunir num evento cristão, evangelical, reformado com o título “Nossa Música Brasileira”. Confesso que eu não tinha esperanças de que isso pudesse acontecer. O acampamento “Som do Céu” já era para mim um céu musical que me bastava. Mas o NMB chegou e veio reunir um pessoal que definitivamente sonha e trabalha para ver a Igreja cantando músicas sem o ranço cultural do Atlântico Norte.
Antes do meu encontro com Jesus eu ouvia muita MPB, das mais variadas linhas: de Chico Buarque e Milton Nascimento a Altemar Dutra e Nelson Gonçalves, passando por Luiz Gonzaga, Demônios da Garoa, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco, Boca Livre, Djavan, Jackson do Pandeiro, Rolando Boldrim, os mineiros do Clube da Esquina entre vários e vários outros. Confesso (e não me vanglorio disso não...) que Beatles nem Elvis Presley nunca fizeram muito a minha cabeça, embora alguns amigos próximos curtissem muito. Não foi falta de oportunidade.
Aí, de repente, adentro as portas da Igreja, e a sonoridade da qual me afeiçoava muda completamente. Havia até algum esforço da parte de uma pequeníssima minoria de fazer um som mais brasileiro, mas aquilo me soava algo como um samba de japonês ou um baião de iugoslavo. Não batia redondo não. Faltava suingue. Faltava uma melodia que realmente carregasse as características daquele estilo musical; soava forçado e inadequado.
Não estou aqui jogando pedra em ninguém. Eu me incluo nessa deturpação, pois gradativamente fui deixando de ouvir as músicas que ouvia antes e também fui perdendo o jeitão, infelizmente. No fundo, eu me perguntava: será que um dia vamos conseguir produzir verdadeiramente música brasileira? Ou será que jamais conseguiremos abraçar a nossa cultura musical totalmente? Acho que estamos caminhando a passos largos para essa realidade. Glória a Deus!
O grande contentamento que me leva a escrever esse artigo, é que no final de semana passado eu vislumbrei a terra prometida. Não sei se estou para Moisés ou para Josué... não sei se pisarei os meus pés nessa terra ou se trabalho para que a próxima geração usufrua. Mas o simples fato de vê-la, já me enche o coração de alegria.
O NMB representou muito para mim. Estavam reunidos ali representantes de uma geração incomodada com a mesmice musical que tomou conta da igreja brasileira. O fato de ajuntar os músicos Silvestre Khulmann, Glauber Plaça, Stênio Marcius, João Alexandre, Roberto Diamanso, Gilson Resende e este que vos escreve, foi um fato inédito. Comum a todos era a labuta pelo resgate da sonoridade verde-amarela.
Eu já conhecia pessoalmente alguns deles. Os demais eu já tinha conversado por e-mail e telefone. Lembro-me do Stênio no ano da minha conversão, cantando no Acampamento Louvor, em Goiânia, com o pessoal dos Jovens da Verdade e Grupo Atos. Com eles aprendemos algumas músicas que anos mais tarde se tornariam parte do repertório do primeiro LP do Expresso Luz – “Seara” e “Sinta o amor”. Dois anos depois, em 1983, no Acampamento Jovens em Cristo, Parelheiros (SP), vi um garoto virtuose acompanhando Vencedores Por Cristo com seu violão. Era uma das primeiras apresentações do João Alexandre com o grupo. Ali mesmo iniciamos uma amizade que perdura até hoje. Vale a pena citar que essa equipe de VPC fez história. Ela foi a base daquele que viria a ser, anos mais tarde, o Ministério de Louvor e Adoração – MILAD, sob a batuta do Nelson Pinto Júnior.
Conheci o Gilson Resende nos anos 90, quando MPC e VINDE realizavam juntos os Congressos para Juventude em Guarapari (ES). Obreiro da missão Jovens da Verdade e inseparável companheiro do Jaziel Botelho naquelas alturas, eles sempre estavam juntos conosco nas ministrações para a rapaziada.
Silvestre, Glauber e Diamanso conheci mais recentemente. Fomos aproximados pela coluna “Novos Acordes”, na revista Ultimato. Tive o privilégio de apresentar os seus trabalhos aos leitores desse importante periódico.
São todos eles músicos de alto nível e representam o que de melhor a música cristã brasileira produz nos dias atuais, ao lado de tantos outros como Gerson Borges (SP), Céu na Boca (Brasília), Vandilson Morais (Campina Grande), Gladir Cabral (Criciúma), Baixo e Voz (Ribeirão Preto), Atilano Muradas (atualmente nos EUA), Priscila Barreto (SP), Shirley Espíndola (Jundiaí), Sal da Terra (Garanhuns), Crombie (Niterói), Tiago Vianna, Fabinho Silva (São Paulo) e mais umas centenas de tantos outros que não se dobraram diante do deus-mercado. Isso sem falar dos já consagrados pelo tempo de estrada como Nelson Bomilcar, Expresso Luz , Quarteto Vida, Jorge Camargo, Guilherme Kerr, Aristeu Pires etc.
O “Nossa Música Brasileira” aconteceu e de agora em diante se tornou uma necessidade. Deixou um gostinho de quero mais. As participações do Ariovaldo Ramos e do Gedeon vieram trazer o equilíbrio necessário entre a produção e mostra da arte e a reflexão bíblico-teológica e sociológica, fundamentais para uma leitura crítica de nós mesmos.
Fiquei sabendo que Raquel do JV já está se preparando para o próximo. Eu espero que o NMB se torne mais do que um evento. Desejo que se torne um movimento e que agregue muitas outras forças para juntos construirmos um panorama mais diversificado para as artes no Brasil. É um sonho... e estamos muito perto de realizá-lo, com a graça de Deus.
05 maio 2007
Quintais
Depois de morar muito tempo em apartamentos, tive o reencontro com minha infância no quintal da nova casa. Escrevi um poema que casou com a linda música do Marquinhos Moraes. Virou canção que sai no próximo CD - "Flor do Cerrado". Antes, porém, apresento a vocês alguns dos amigos: o pequizeiro, lá no fundo, à esquerda, e o coqueiro macaúba, logo atrás do imponente pinheiro. No mais, aí estão a mangueira, as duas amoreiras, a sombra da goiabeira...
Quintais
Carlinhos Veiga . Marcus Morais
Sonhei em cada pedaço desse nosso chão
Desejos, mistérios prenhos de paixão
Alma voou, me soltei
Me vi um menino, um mago e um rei
Viajante, soldado e poeta
Nesse reino que criei
Os céus, as aves, a terra, os cães e o pomar
Todas manhãs me vinham saudar
Elogiar o seu rei
O vento soprava alegre sobre todos
Levando pra longe o cansaço
Afagando o meu rosto
Aroma de jasmim
Sabor de amora e pequi
Ipê alumiou
Macaúba me fez sorrir
Plantei em cada pedaço desse nosso chão
Certezas risonhas de alma e razão
Causei espanto, espantei
E vi que sem a alegria do brincante
A vida se perde num instante
Semente-sorriso plantarei
Belezas dessa vida
Jamais esquecerei
Quintal da nossa casa
Um reino que sonhei
Quintais
Carlinhos Veiga . Marcus Morais
Sonhei em cada pedaço desse nosso chão
Desejos, mistérios prenhos de paixão
Alma voou, me soltei
Me vi um menino, um mago e um rei
Viajante, soldado e poeta
Nesse reino que criei
Os céus, as aves, a terra, os cães e o pomar
Todas manhãs me vinham saudar
Elogiar o seu rei
O vento soprava alegre sobre todos
Levando pra longe o cansaço
Afagando o meu rosto
Aroma de jasmim
Sabor de amora e pequi
Ipê alumiou
Macaúba me fez sorrir
Plantei em cada pedaço desse nosso chão
Certezas risonhas de alma e razão
Causei espanto, espantei
E vi que sem a alegria do brincante
A vida se perde num instante
Semente-sorriso plantarei
Belezas dessa vida
Jamais esquecerei
Quintal da nossa casa
Um reino que sonhei
04 maio 2007
Pirei, Pirenópolis!
Pirenópolis fica em Goiás. Divide o palco da história do Estado com Goiás Velho, Pilar, entre outras cidades plantadas pelos bandeirantes no cerrado. Suas ruas e calçadas centenárias são um convite à imaginação. Andar pelas pedras-pavimentos é visitar um tempo só conhecido nos livros, poemas e canções.
Quem ainda não conheceu, precisa conhecer a riqueza de sua natureza, as águas geladas de suas cachoeiras, a incomparável riqueza de sua culinária e a bondade fraterna de seus moradores. Pirei, Pirenópolis...
Flor do Cerrado
Esses meses de fevereiro a abril foram de muito trabalho na gravação do novo CD, "Flor do Cerrado". E olha que está ficando muito legal. Na foto acima estão alguns companheiros de sons nesse novo trabalho: Marcus Moraes (violão), Sandro Araújo (bateria e percussão), Leo Barbosa (percussão) e Pedro Veiga (baixo). Participaram também Cláudia Barbosa (flauta e vocal), Eline Márcia e Rosinha Barbosa (vocal), Enos Marcelino (sanfona), Quico Fagundes (violão), Ademir Júnior (sax), Paulinho Moreno (técnico) e Fernando Ramil (técnico). O CD sai em breve.
30 abril 2007
A cigarra e a chuva
Foi um amigo quem me chamou a atenção. Eu ainda não havia percebido, mas num fim de tarde desses, ouvi pela primeira vez um tímido coro delas. Um pouco mais e Brasília será tomada pela sinfonia-zumbido, unissonante e monotônica. São as cigarras que estão chegando. Elas vêm sempre depois dos sabiás. Há uma diferença muito grande entre os cantos desses dois personagens da nossa cidade: o sabiá tem uma musicalidade invejável, arrebata multidões. Vez por outra vemos alguém parado, entre as quadras, olhando para as árvores e se deliciando com o solo harmonioso e envolvente do sabiá. O canto da cigarra, ao contrário, não tem beleza, muito menos riqueza. Mas é um canto de esperança – si si si si si si... a chuva se aproxima!
A ciência explica: Tradicionalmente, nessa época do ano, a cigarra sai do solo. O macho vai para as árvores, canta e atrai a fêmea para o ritual do acasalamento. Logo depois, ele morre e as fêmeas saltam para as árvores, colocam seus ovos que viram larvas, e que depois caem no solo, penetram na terra e ficam sugando a seiva da árvore durante três a quatro anos, até recomeçarem seu ciclo. O homem do campo tem outra explicação: quando a cigarra começa a cantar, é sinal que a chuvarada não demora a vir, no máximo um mês. O canto da cigarra chama a chuva.
Eu particularmente, gosto das duas explicações. Uma satisfaz o meu intelecto, a outra a minha percepção humana que integra Criador e criatura. O canto do acasalamento e o canto da esperança. Deus fez a cigarra para preceder a chuva e nos lembrar: um pouco mais e derramarei água sobre vocês.
A chuva, na Bíblia, tem um significado de bênção de Deus para aquelas sociedades iminentemente agrícolas e pastoris. O trigo e a uva encabeçavam a agricultura de subsistência dos judeus. Por isso era importante chover na hora certa (Zc 10.1). Céu limpo e ausente de nuvens era sinal de fome e desolação.
Essa realidade é tão marcante para o povo nas Escrituras que se torna uma figura de linguagem para distinguir o homem insensato do justo. Provérbios compara o homem que se gaba dos presentes que não deu a ventos e nuvens que não trazem chuva (Pv 25.14), enquanto que Salmos compara a presença do homem justo que tem a sua força em Deus à ação da chuva que transforma o vale árido em manancial (Sl 84.6).
Os israelitas dependiam da chuva para que houvesse estabilidade e prosperidade entre o povo. E como quem manda a chuva é Deus, isso os tornava ainda mais dependentes do Senhor. Por isso é que os profetas muitas vezes vêem a chuva como a visita do Alto. É Deus abençoando o Seu povo (Isaías 55.10,11; Jl 2.23). O Senhor promete às suas ovelhas, Seu povo-rebanho: “Eu as abençoarei... na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos” (Ez 34.26). Deus está dizendo ao seu povo que os visitaria com as chuvas de bênçãos, isto é, não só com a água que molha o solo seco e esturricado, mas também com sua presença que rega o coração sedento de um verdadeiro e íntimo relacionamento com o Senhor.
Numa de minhas viagens missionárias a África, tive o privilégio de conhecer a Namíbia. A capital Windhoek (que significa literalmente “o gancho do vento” ou “onde o vento faz a curva”) está plantada em pleno deserto. Na verdade, todo o país é um deserto. Os rios secos e a vegetação acinzentada transmitiam um aspecto de morte. A respiração ali era difícil e ardia os pulmões. A água para o consumo humano era, em grande parte, reciclada. Os efeitos de uma terra seca são terríveis para a vida. Namíbia me fez pensar no que significa um coração seco, numa vida sem a Vida. Todavia, a Bíblia me fez lembrar que Deus pode transformar a realidade de uma vida assim, através da chuva que Ele faz cair: “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra” (Os 6.3).
O canto das cigarras anuncia: a chuva que Brasília tanto anseia se aproxima. Assim como a música da cigarra é uma canção de esperança, façamos da nossa vida um constante canto de louvor ao nosso Deus, rogando-lhe: Senhor, não demore... Vem sobre nós!
A ciência explica: Tradicionalmente, nessa época do ano, a cigarra sai do solo. O macho vai para as árvores, canta e atrai a fêmea para o ritual do acasalamento. Logo depois, ele morre e as fêmeas saltam para as árvores, colocam seus ovos que viram larvas, e que depois caem no solo, penetram na terra e ficam sugando a seiva da árvore durante três a quatro anos, até recomeçarem seu ciclo. O homem do campo tem outra explicação: quando a cigarra começa a cantar, é sinal que a chuvarada não demora a vir, no máximo um mês. O canto da cigarra chama a chuva.
Eu particularmente, gosto das duas explicações. Uma satisfaz o meu intelecto, a outra a minha percepção humana que integra Criador e criatura. O canto do acasalamento e o canto da esperança. Deus fez a cigarra para preceder a chuva e nos lembrar: um pouco mais e derramarei água sobre vocês.
A chuva, na Bíblia, tem um significado de bênção de Deus para aquelas sociedades iminentemente agrícolas e pastoris. O trigo e a uva encabeçavam a agricultura de subsistência dos judeus. Por isso era importante chover na hora certa (Zc 10.1). Céu limpo e ausente de nuvens era sinal de fome e desolação.
Essa realidade é tão marcante para o povo nas Escrituras que se torna uma figura de linguagem para distinguir o homem insensato do justo. Provérbios compara o homem que se gaba dos presentes que não deu a ventos e nuvens que não trazem chuva (Pv 25.14), enquanto que Salmos compara a presença do homem justo que tem a sua força em Deus à ação da chuva que transforma o vale árido em manancial (Sl 84.6).
Os israelitas dependiam da chuva para que houvesse estabilidade e prosperidade entre o povo. E como quem manda a chuva é Deus, isso os tornava ainda mais dependentes do Senhor. Por isso é que os profetas muitas vezes vêem a chuva como a visita do Alto. É Deus abençoando o Seu povo (Isaías 55.10,11; Jl 2.23). O Senhor promete às suas ovelhas, Seu povo-rebanho: “Eu as abençoarei... na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos” (Ez 34.26). Deus está dizendo ao seu povo que os visitaria com as chuvas de bênçãos, isto é, não só com a água que molha o solo seco e esturricado, mas também com sua presença que rega o coração sedento de um verdadeiro e íntimo relacionamento com o Senhor.
Numa de minhas viagens missionárias a África, tive o privilégio de conhecer a Namíbia. A capital Windhoek (que significa literalmente “o gancho do vento” ou “onde o vento faz a curva”) está plantada em pleno deserto. Na verdade, todo o país é um deserto. Os rios secos e a vegetação acinzentada transmitiam um aspecto de morte. A respiração ali era difícil e ardia os pulmões. A água para o consumo humano era, em grande parte, reciclada. Os efeitos de uma terra seca são terríveis para a vida. Namíbia me fez pensar no que significa um coração seco, numa vida sem a Vida. Todavia, a Bíblia me fez lembrar que Deus pode transformar a realidade de uma vida assim, através da chuva que Ele faz cair: “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra” (Os 6.3).
O canto das cigarras anuncia: a chuva que Brasília tanto anseia se aproxima. Assim como a música da cigarra é uma canção de esperança, façamos da nossa vida um constante canto de louvor ao nosso Deus, rogando-lhe: Senhor, não demore... Vem sobre nós!
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