21 outubro 2006
Sob o sol... sob o amor e a graça
Agosto de 2001. Eu e alguns companheiros da MPC estávamos cercados por centenas de meninos e meninas kalegues. O sol era forte e a seca era grande. O cenário era de pura miséria. Mas eles estavam ali, com seus sorrisos brancos, iluminados, olhando fixamente para nós. Cantávamos canções do amor de Deus para um povo que havia sido violentamente tirado de sua terra, vítimas de uma guerra insana que os feria por mais de duas décadas. Era o Campo de Refugiados de Santa Filomena, há uns 70 km de Lubango, sul de Angola.
De repente a ficha caiu... Minha memória me conduziu a junho de 1985, 16 anos antes. Naquela ocasião ouvi da boca de uma mulher de oração: “Deus vai te levar para lugares que jamais imaginou pisar: terra de um povo sofrido; e você, com um instrumento trespassando o peito, cantará para eles sobre o grande amor de Deus”. Confesso que tudo aquilo me pareceu muito estranho e sombrio, muito distante. Descri e relutei no íntimo contra aquelas palavras que não se encaixavam muito bem dentro de minha preconcebida e preconceituosa teologia.
Agora eu estava ali, vendo o cumprimento de algo anunciado anos e anos antes. Não tive dúvidas: Deus havia me levado para aquele local e ele estava nos usando.
Guardo essa foto com imenso carinho! Ela é a prova de um Deus que age para além dos meus conceitos e preconceitos. Ela é a prova de que Deus me quer onde eu estou, para a Sua glória. Não existe nada que enche mais o meu coração de esperança do que a certeza de que estou pisando os caminhos que Deus traçou para mim. Assim, contando com a graça dEle, chegarei no dia final.
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