05 maio 2007

Quintais

Depois de morar muito tempo em apartamentos, tive o reencontro com minha infância no quintal da nova casa. Escrevi um poema que casou com a linda música do Marquinhos Moraes. Virou canção que sai no próximo CD - "Flor do Cerrado". Antes, porém, apresento a vocês alguns dos amigos: o pequizeiro, lá no fundo, à esquerda, e o coqueiro macaúba, logo atrás do imponente pinheiro. No mais, aí estão a mangueira, as duas amoreiras, a sombra da goiabeira...


Quintais
Carlinhos Veiga . Marcus Morais


Sonhei em cada pedaço desse nosso chão
Desejos, mistérios prenhos de paixão
Alma voou, me soltei
Me vi um menino, um mago e um rei
Viajante, soldado e poeta
Nesse reino que criei

Os céus, as aves, a terra, os cães e o pomar
Todas manhãs me vinham saudar
Elogiar o seu rei
O vento soprava alegre sobre todos
Levando pra longe o cansaço
Afagando o meu rosto

Aroma de jasmim
Sabor de amora e pequi
Ipê alumiou
Macaúba me fez sorrir


Plantei em cada pedaço desse nosso chão
Certezas risonhas de alma e razão
Causei espanto, espantei
E vi que sem a alegria do brincante
A vida se perde num instante
Semente-sorriso plantarei

Belezas dessa vida
Jamais esquecerei
Quintal da nossa casa
Um reino que sonhei

Um comentário:

Deivid Junio disse...

Não vi o interior da casa, mas a foto do quintal já é o suficiente pra dizer que é a parte mais bonita do imóvel. Tenho aversão a apartamento. Graças a Deus nunca morei em um e sempre pude desfrutar (literalmente até) de um quintal. Aliás eu acho que esse gosto por quintal é milenar em muitos de nós. Afinal, nossa primeira morada foi um grande quintal, um Jardim.
A poesia tá linda, Carlinhos. Pelo visto a música promete! Abraços.